sexta-feira, 17 de outubro de 2014

URUCU

Urucu (do tupi transliterado uru-ku = "vermelho") pode referir-se a:
·         Urucu (condimento) - condimento preparado à base de sementes dessecadas e trituradas de urucu (planta), comumente misturado com outros grãos (principalmente milho) também dessecados e triturados, em teores variáveis;
·         Urucu (planta) - gênero de plantas da família das bixáceas (Bixaceae), com usos vários em culinária, em estética e em medicina;
·         Urucu (tribo indígena) - indivíduo dos urucus, tribo indígena do Brasil já extinta, da família lingüística botocudo, que habitava o leste de Minas Gerais, na divisa com Espírito Santo, ambos unidades federativas do Brasil;
·         Morro do Urucu - acidente geográfico localizado no município de Quixadá, estado do Ceará, unidade federativa do Brasil.




A brasileína e a brasilina ? dois pigmentos responsáveis pela cor vermelha característica do pau-brasil ? têm, respectivamente, esta estrutura:





Considerando-se a fórmula estrutural de cada uma dessas duas substâncias, é CORRETO afirmar que a brasileína

A) apresenta massa molar maior que a da brasilina.
B) é um isômero da brasilina.
C) pode ser obtida por oxidação da brasilina.
D) tem o mesmo número de hidroxilas que a brasilina

A INDÚSTRIA PETROQUÍMICA

A indústria petroquímica: conceituação       

Petróleo e gás natural são normalmente percebidos pelo grande público como sendo essencialmente fontes primárias de combustíveis, seja para uso em meios de transporte na forma de gasolina, diesel ou mesmo gás, seja para geração de calor industrial por combustão em fornos e caldeiras. Todavia, nem todos tem presente que é também do processamento inicial desses mesmos recursos naturais que provêm as matérias-primas básicas de um dos pilares do sistema industrial moderno, a indústria petroquímica. Partindo geralmente ou da nafta, que é uma fração líquida do refino do petróleo, ou do próprio gás natural tratado, os sofisticados processos petroquímicos são capazes de quebrar, recombinar e transformar as moléculas originais dos hidrocarbonetos presentes no petróleo ou no gás, gerando, em grande escala, uma diversidade de produtos, os quais, por sua vez, irão constituir a base química dos mais diferentes segmentos da indústria em geral. Atualmente, é possível identificar produtos de origem petroquímica na quase totalidade dos ítens industriais consumidos pela população tais como embalagens e utilidades domésticas de plástico, tecidos, calçados, alimentos, brinquedos, materiais de limpeza, pneus, tintas, eletro-eletrônicos, materiais descartáveis e muitos outros.
Tipicamente, podem ser distinguidos três estágios, ou gerações, industriais na cadeia da atividade petroquímica: (1) indústrias de 1a. geração, que fornecem os produtos petroquímicos básicos, tais como eteno, propeno, butadieno, etc; (2) indústrias de 2a. geração, que transformam os petroquímicos básicos nos chamados petroquímicos finais, como polietileno (PE), polipropileno (PP), polivinilcloreto (PVC), poliésteres, óxido de etileno etc.; (3) indústrias de 3a. geração, onde produtos finais são quimicamente modificados ou conformados em produtos de consumo. A indústria do plástico é o setor que movimenta a maior quantidade de produtos fabricados com materiais petroquímicos.
A manutenção da competitividade exige que as modernas indústrias petroquímicas estejam fisicamente interligadas em 'pólos petroquímicos', com os fornecedores de nafta ou de gás natural a montante (upstream), e com as empresas utilizadoras de seus produtos a jusante (downstream). Normalmente, nas atividades de 1a. geração dos pólos estão também incluídas a prestação de serviços de utilidades, tais como fornecimento de água industrial, energia, tratamento de efluentes, manutenção, etc. Enquanto que a totalidade das plantas de 1a. e 2a. gerações freqüentemente ficam localizadas nos pólos, a maioria das indústrias de 3a. geração se apresenta distribuída por outras regiões, mesmo afastadas.
Em geral, a competitividade da indústria petroquímica está criticamente associada a fatores como grau de verticalização empresarial, grandes economias de escala, disponibilidade e garantia de fornecimento de matéria-prima, altos investimentos em tecnologia e logística de distribuição de produtos. Tais fatores fazem com que o segmento petroquímico seja um campo onde jogam apenas empresas de grande porte, as mais importantes com elevado grau de internacionalização das atividades.

A indústria petroquímica brasileira: panorama atual        

A indústria petroquímica brasileira atual é conseqüência do planejamento estatal iniciado em 1965 com a instalação do GEIQUIM - Grupo Executivo da Indústria Química, responsável pelas orientações básicas na concepção dos três pólos petroquímicos hoje existentes, que iniciaram as suas atividades ao longo de um período de 10 anos: (1) pólo de São Paulo (Capuava/Santo André), em 1972; (2) pólo da Bahia (Camaçari), em 1978 e (3) pólo do Rio Grande do Sul (Triunfo), em 1982. Nestes pólos, situados próximos a refinarias da Petrobras, está hoje localizada a quase totalidade das indústrias petroquímicas de 1a. e 2a. gerações, embora existam algumas instalações destas modalidades, de menor porte, em outros centros industriais do país. Apesar de a expressiva produção brasileira de 3 milhões de toneladas/ano de eteno, o balisador da produção petroquímica, corresponder atualmente a 3% da produção mundial, ainda não existem no país empresas petroquímicas de grande porte, totalmente integradas e empresarialmente verticalizadas, a semelhança do que ocorre nos Estados Unidos, Europa e Japão.
Nos últimos 12 anos, vem decrescendo continuamente a ação coordenadora e o apoio estatal ao setor petroquímico, expressas no período de implantação da indústria na forma de financiamentos de bancos oficiais, da participação da Petroquisa, subsidiária da Petrobras, nos empreendimentos e do fornecimento de nafta em condições favorecidas. As privatizações dos anos 90, iniciadas no governo Collor, acompanhadas pela abrupta abertura comercial e pelo encolhimento das proteções tarifárias, não favoreceram novos investimentos na indústria petroquímica, cujo crescimento praticamente estagnou durante a década, como indica o pequeno crescimento do setor, de apenas 9% entre 1990 e 1997 comparado a um aumento do PIB em torno de 21% nesta fase economicamente turbulenta do país. Nesse período, a Petroquisa deixou de atuar como planejadora e arquiteta da política industrial do setor e teve de alienar a maior parte de suas participações societárias. Mais recentemente, em 2000, foi interrompido o subsídio à nafta recebida da Petrobras. Tendo em vista que, em média, 83% dos custos variáveis da indústria provêm da matéria-prima, este fato, previsivelmente, teve impacto fortemente negativo na competitividade das empresas nacionais, principalmente das de 2a. geração, mais suscetíveis à concorrência de produtos similares importados.
As três petroquímicas de 1a. geração, Petroquímica União, Braskem-Unidade de Insumos Básicos e Copesul, são de capital predominantemente nacional, como também a maioria das de 2a. geração, entre estas destacando-se Braskem, Oxiteno, Petroflex e Ipiranga. No entanto, empresas mundiais, como p. ex., Dow Química, Rhodia, Basell (associação petroquímica entre Basf e Shell), Solvay e outras, têm aqui expressiva presença na 2a. e na 3a. gerações através de suas filiais, algumas delas já instaladas antes do surgimento dos pólos petroquímicos. As empresas globais se distinguem das nacionais pelos produtos de maior valor agregado, atuando destacadamente na área de especialidades químicas, com forte conteúdo tecnológico, constantemente atualizado e ampliado através do apoio dos centros de P&D localizados nos países de origem.
Mesmo após as reestruturações ocorridas neste ano, a indústria petroquímica no Brasil encontra-se ainda pulverizada em um grande número de empresas, apresentando um nível de verticalização extremamente baixo ao contrário do que ocorre no resto do mundo. Assim é que, em 2001, no pólo de São Paulo, representado por unidades de Capuava, Santo André e Paulínia, existiam nada menos do que 24 diferentes empresas de 2a. geração; em Camaçari-Ba, estavam instaladas 19 empresas de 2a. geração, além da Copene, que é como era chamada a atual Unidade de Insumos Básicos da Braskem; e em Triunfo, a Copesul abastecia 7 empresas de 2a. geração. Além disso, é comum a presença de uma mesma empresa nos três grandes pólos.
Enquanto que as empresas de capital estrangeiro são totalmente controladas por suas matrizes e atuam segundo uma estratégia mundial, as empresas de capital nacional, limitadas pelo seu porte, pautam por atender quase que exclusivamente ao mercado interno. O quadro societário do segmento nacional, resultante do período de implantação, é um emaranhado de participações acionárias envolvendo um pequeno conjunto de investidores controladores, sendo os mais importantes os grupos Odebrecht, Ultra, Mariani, Unipar, Petroquisa, Ipiranga e Suzano. Os cruzamentos acionários constituem um dos fatores que tem prejudicado de sobremaneira o planejamento de médio e longo prazos da indústria e a tomada de decisões importantes na direção da expansão da produção e da geração de inovações tecnológicas, com sérios reflexos na competitividade do setor como um todo. Porém, a recente constituição da Braskem em agosto de 2002 veio dar início ao processo de reestruturação empresarial na direção da verticalização industrial da petroquímica brasileira, abrindo novos horizontes.
A Braskem, resultante da incorporação à Copene dos ativos petroquímicos dos grupos controladores (Odebrecht e Mariani) apresenta-se com um faturamento anual superior a R$ 7 bilhões, o que a torna a maior petroquímica da América Latina. A ação verticalizada na 1a. e 2a. gerações, o foco no segmento de termoplásticos (PE's, PP's e PVC) com plantas modernas e de economia de escala, e a disposição de investimentos em tecnologia e inovações, conferem à nova empresa um alto grau de competitividade e um lugar de destaque nas futuras reorganizações do setor, que serão inevitáveis.

A indústria petroquímica brasileira: perspectivas 

O potencial de mercado sinalizado pelo baixo consumo local em relação aos padrões dos países desenvolvidos e a defesa e preservação do mercado interno de petroquímicos, cuja balança comercial hoje se encontra equilibrada num cenário de intensa competição internacional, são fortes fatores de indução à realização de novos investimentos para a expansão da petroquímica no Brasil. No entanto, afigura-se que a concretização desses investimentos exigirá previamente o aprofundamento da reestruturação empresarial e da conseqüente verticalização industrial. É nesta perspectiva em que provavelmente se inserem os novos pólos e complexos petroquímicos já planejados para os próximos anos, o primeiro em Duque de Caxias-RJ, com investimentos previstos de US$ 800 milhões e início das atividades em 2003, empregando gás natural como matéria-prima. Outro pólo, definido para ser construído em Paulínia-SP, envolvendo a aplicação de US$ 2 bilhões, usando nafta da refinaria adjacente da Petrobras, ainda não tem data prevista para começo de operação. No futuro pólo de Paulínia e ainda em outro complexo petroquímico em concepção no oeste do Mato Grosso com base no gás natural boliviano, está prevista uma forte presença da Braskem na forma de unidades produtoras de termoplásticos.
Resolvidos os aspectos de financiamento associados à atual conjuntura econômica do país, três fatores influenciarão de sobremaneira a expansão competitiva da petroquímica brasileira e a manutenção da sustentabilidade do negócio em um mundo globalizado: (1) a disponibilidade de nafta ou outros derivados de petróleo, que é determinada pela expansão concomitante do refino do petróleo, ou da oferta adequada de gás natural; (2) as implicações ambientais de novos empreendimentos junto aos tradicionais centros industriais; e, por fim, (3) a capacidade e a competência para investimentos pesados em tecnologia, seja na construção de novas plantas no 'estado da arte' seja em atividades de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para promover inovações tecnológicas na atualização contínua dos processos industriais e no desenvolvimento de novos produtos.
Segundo os especialistas, o parque brasileiro de refino de petróleo, representado pelas atuais 13 refinarias, opera hoje proximamente ao limite de produção e terá de ser ampliado até 2005 a fim de atender às demandas previstas de derivados de petróleo. Como a elasticidade do consumo de combustíveis é bem menor do que aquela dos petroquímicos, a garantia de suprimento de nafta às novas unidades petroquímicas e aos aumentos de capacidade das existentes tem de ser adequadamente equacionada, inclusive levando em conta a necessidade de eventuais importações de matéria-prima. Por outro lado, para abastecer novos pólos que eventualmente venham a optar pelo gás natural como matéria-prima, a petroquímica terá de disputar espaço de fornecimento com os atuais clientes do mercado, que comercializam ou utilizam o gás como combustível industrial, doméstico e veicular.
Apesar dos benefícios que propicia à população pelos produtos que fornece, a indústria química apresenta junto ao público um nível de aceitação muito baixo, que era da ordem de 20% em 1995, e que hoje ainda persiste apesar das campanhas de esclarecimento e dos progressos obtidos com os programas de ação responsável, implantados por todas as empresas do setor. Assim, na maior parte do país, os novos empreendimentos petroquímicos vêm encontrando crescente oposição de comunidades locais que acompanham de perto as implicações ambientais relacionadas à instalação de novas indústrias, como aliás ocorre em todo o planeta. A especificação do futuro pólo de Paulínia-SP, por exemplo, está sendo acompanhado de perto pelos movimentos ambientalistas, que exigem o maior rigor possível no controle das emissões gasosas e no tratamento de efluentes líquidos, o que, provavelmente, demandará investimentos adicionais. Tais cuidados já estão sendo tomados no novo pólo em implantação em Duque de Caxias-RJ, que se definiu pelo uso do gás natural, menos poluente, inclusive para gerar energia industrial.
Pelo menos a médio prazo, afigura-se que, devido à globalização, a expansão da petroquímica brasileira se dará com apreciável, se não maciça, importação de tecnologia, porém em condições bem mais custosas e menos flexíveis de licenciamento em relação àquelas conseguidas durante a vigência do modelo tri-partite dos anos setenta, quando o licenciador também era sócio do empreendimento. Embora em algumas empresas de capital nacional as incipientes estruturas de P&D, montadas com incentivos governamentais durante o período militar, tenham evoluído para eficientes centros de pesquisa, como ocorreu na Oxiteno e no grupo Odebrecht, tradicionalmente o nível de investimentos em desenvolvimento tecnológico deste segmento do setor é muito baixo, inferior, em média, a 1%, do faturamento. A notável exceção é a Oxiteno que investiu 1,7% em 2000. Mais modestos foram os investimentos das empresas químicas do Grupo Odebrecht no mesmo ano, que totalizaram 1,2% das vendas. A conseqüência é que, no período de 1992 a junho de 2000, as nacionais depositaram no Instituto Nacional de Propriedade Industrial, apenas 34 patentes (sendo 16 de empresas do grupo Odebrecht e 11 da Oxiteno) contra 4.491 registros realizados pelas petroquímicas de capital estrangeiro, preocupadas em proteger a sua tecnologia desenvolvida no exterior. Entre estas, apenas a Rhodia Brasil, que representa 15% do faturamento mundial do Grupo Rhodia, mantém no país um dos quatro centros mundiais de P&D do Grupo, investindo em desenvolvimento tecnológico cerca de 2% das vendas locais, notadamente em especialidades químicas.
Se as disparidades acima apontadas podem ser parcialmente explicadas pela atuação dos dois segmentos de capital, nacional e estrangeiro, em áreas que diferem no valor agregado e intensidade tecnológica dos produtos, muito disso também tem a ver com os problemas da estrutura empresarial citados, com a ausência no Brasil de incentivos fiscais a atividades de geração de inovações tecnológicas, a exemplo do que ocorre nos países desenvolvidos, e, certamente com a inexperiência, que se traduz em falta de cultura, do empresariado e dos grandes investidores brasileiros, nessa atividade em geral, salvaguardadas as exceções.
Ações governamentais recentes poderão contribuir eficazmente para promover o desenvolvimento tecnológico brasileiro, em particular no setor petroquímico. A Medida Provisória no 66, de agosto de 2002, a ser votada até o fim do ano, por exemplo, amplia significativamente os incentivos fiscais a P&D industrial, e boa parte dos recursos dos Fundos Setoriais do Ministério de Ciência e Tecnologia poderá contemplar aplicações no setor petroquímico. Além disso, a expansão da pós-graduação nas áreas de Química e de Engenharia Química na última década e as recentes renovações dos laboratórios dos centros universitários de excelência, em particular aquelas realizadas em São Paulo sob o patrocínio da Fapesp, e no Rio de Janeiro, na COPPE/UFRJ com o apoio da Petrobras, colocam à disposição da indústria interessada no desenvolvimento tecnológico uma relativa abundância de mão-de-obra altamente qualificada e um parque moderno e sofisticado de equipamentos de pesquisa, favorecendo a realização de P&D no país com diminuição de custos.

Nesta perspectiva, será fundamental a ampliação da interação universidade-indústria-órgãos de financiamento governamentais, atividade que vem sendo fomentada há alguns anos tanto pelos programas governamentais do CNPq como promovida por entidades privadas, a exemplo do Instituto Uniemp, de São Paulo. Empresas que tradicionalmente mantêm programas de parceria com organizações de pesquisa nacionais, entre as quais se destacam a Oxiteno, a Braskem, esta através das empresas que lhe deram origem (principalmente OPP e Copene), e a Rhodia Brasil, saberão melhor aproveitar essas novas oportunidades de ampliar sua competividade tecnológica, que, com certeza, representa o maior desafio a ser vencido pelas empresas nacionais nos anos vindouros considerando-se os condicionantes impostos pela concentração industrial que se observa a nível mundial no setor petroquímico.


Vicente Coelho de Seabra Silva Telles (1764-1804)


Químico, nasceu por volta de 1764 em Congonhas do Campo, no Estado de Minas Gerais, Brasil. Após terminar os estudos secundários no Brasil, veio para Coimbra em 1783 para estudar Medicina. Obteve o grau de Bacharel em Filosofia e Matemática em 1786, curso que correspondia aos primeiros quatro anos da formação em Medicina, cujo grau obteve em 1791. Neste mesmo ano foi nomeado demonstrador na cadeira de Química e Metalurgia, na Faculdade de Filosofia e obteve o doutoramento em Filosofia. Em 1793 foi nomeado lente substituto de Química e Metalurgia, em 1795 foi nomeado lente substituto das cadeiras de Botânica e Zoologia e em 1801.  
Em 1789 era membro correspondente da 
Academia Real das Ciências de Lisboa. Em 1791 tornou-se membro associado e em 1798 foi promovido a membro efectivo.          
Desde muito cedo se dedicou à investigação química, ainda como estudante em Coimbra, e em 1787 já tinha publicado uma memória intitulada Dissertação sobre a Fermentação em Geral, e suas espécies.      
Morreu em 1804, pouco antes de fazer 40 anos.

Obras

Dissertação sobre a Fermentação Geral e suas espécies, Coimbra, 1787.
Elementos de Chimica offerecidos à Sociedade Litteraria do Rio de Janeiro, Coimbra, 1788-1790. 
Dissertação sobre o Calor, 1788.
Nomenclatura Chimica Portugueza, Franceza e Latina a que se junta o systema de characteres chimicos adaptados a esta nomenclatura por Hassenfratz e Adet, Lisboa 1801, uma tradução e adaptação para língua portuguesa da nomenclatura química de Lavoisier e seus colaboradores. A terminologia química de Seabra foi adoptada e mantém-se até hoje com algumas pequenas modificações.          
Apresentou algumas memórias na Academia das Ciências de Lisboa, que foram publicadas pela Academia das Ciências de Lisboa em diversos volumes de Memórias, nomeadamente: "Memória sobre a Cultura do Rícino ou Mamona", 1791; "Memória sobre o Método de Curar a Ferrugem das Oliveiras", 1792; "Memória sobre a Cultura das Vinhas e Manufactura do Vinho"; "Memória em que se dá notícia das diversas espécies de Abelhas que dão Mel, prórpias do Brasil e desconhecidas na Europa", 1799; "Memória sobre a Cultura do Arroz em Portugal e suas Conquistas", 1780; "Memória sobre os Prejuízos causados pelas Sepulturas dos Cadáveres nos Templos e o Método de os Prevenir", Lisboa, 1801.   
História, e Cura das Enfermidades mais usuaes do Boi, e do Cavalo, 2 vols. Lisboa, 1802, tradução do livro de Francisco Toggia.      

Principais contributos científicos       

Vicente Coelho Seabra destacou-se na Química tendo sido um dos primeiros introdutores e difusores em Portugal da nomenclatura e da 
química pneumática de Lavoisier (1743-1794). Em 1788 já tinha publicado o primeiro volume dos seusElementos de Chimica, um ano antes do Traité Élémentaire de Chimie de Lavoisier. Neste texto revela claramente a sua adesão à nova Química de Lavoisier, o que lhe valeu algumas críticas e contestação por parte dos defensores das teorias químicas então mais difundidas.
Entre as suas contribuições mais significativas, a sua obra Elementos de Chimica, foi oferecida à Sociedade Litteraria do Rio de Janeiro, para uso de um curso de Química, embora publicada em Coimbra, o que é um facto estranho numa altura em que na Universidade de Coimbra se procurava elaborar um compêndio para o Curso de Química, conforme estabelecia o texto da Reforma universitária, tendo-se prolongado uma discussão sobre o melhor compêndio a utilizar, que continuou a ser de autores estrangeiros até muito tarde.
Importante para a implantação das novas ideias em Química é também a sua obra Nomenclatura Chimica Portugueza, Franceza e Latina a que se junta o systema de characteres chimicos adaptados a esta nomenclatura por Hassenfratz e Adet, publicada em 1801, e que adapta para língua portuguesa as propostas de nomenclatura apresentadas pelos químicos franceses, as quais viriam a ser adoptadas pelos químicos portugueses.
Para além da Química fez estudos relativos à Agricultura e à Higiene, apresentados e publicados nas Memórias da Academia das Ciências de Lisboa.

 

Biografia de José Bonifácio


José Bonifácio (1763-1838) foi o Patriarca da Independência. Lutou como soldado contra as tropas de Napoleão, foi secretário da Academia de Ciências de Lisboa, foi vice-presidente da província de São Paulo e Ministro do Príncipe Regente D. Pedro.
José Bonifácio nasceu em Santos, São Paulo, no dia 13 de Junho de 1763. Filho de Bonifácio José Ribeiro de Andrada com sua prima Maria Barbara da Silva. Terminou seus estudos preliminares com 14 anos de idade, sendo levado para São Paulo, onde estudou francês, lógica, retórica e metafísica, com o Bispo Manuel da Ressurreição. Concluído os estudos, foi para o Rio de Janeiro, de onde seguiu para Portugal. No dia 30 de outubro de 1783 matricula-se na Faculdade de Direito de Coimbra. Estuda também filosofia, história, química e matemática.
Em 1789, José Bonifácio já formado, foi convidado pelo Duque de Lafões, primo da rainha D. Maria I, para fazer parte da Academia de Ciências. Seu primeiro trabalho foi "Memórias sobre a Pesca das Baleias e Extração de seu azeite". No fim do século XVIII, com a queda da produção das minas de ouro no Brasil, por determinação da coroa, José Bonifácio é escolhido para percorrer a Europa com o objetivo de adquirir conhecimentos de mineralogia, filosofia e história natural.
Estudou e estagiou em diversos países, mas foi na suécia que sua carreira de mineralogista brilhou, ao descobrir e descrever doze novos minerais. Tornou-se membro de academias científicas em diversos países. A viagem durou 10 anos. Em 1800, volta para Portugal, casa-se com Emília O'Leary, de ascendência Irlandesa. Foi nomeado Intendente Geral das Minas, e condecorado em 1802 pela Universidade de Coimbra, com o título de “Doutor em Filosofia Natural”.
Com a invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão e com a ida da família Real para o Brasil, teve início um movimento clandestino de libertação. José Bonifácio lutou com os invasores, chegando ao posto de tenente-coronel. E        m 1819, após 36 anos, volta ao Brasil e é designado para presidir a eleição constituinte na província de São Paulo. Quando D. Pedro assumiu a regência, nomeou para Ministro de Reino e de Estrangeiros.
Em apenas nove meses de Ministério Bonifácio conseguiu aplainar o caminho da independência. A proclamação ocorreu como planejara. Dois meses depois, em decorrência de desentendimentos Bonifácio pede demissão. Em 30 de outubro D. Pedro chama-o de volta e no dia 1 de dezembro D. Pedro é coroado.
A assembléia Constituinte iniciou seus trabalhos, mas Bonifácio não confiava nela, por outro lado seu plano pela abolição da escravatura desagradava os fazendeiros. Bonifácio seria vítima da contradição. Liberal na administração não o era na política. A Marquesa de Santos intrigava-o com o imperador. Os conflitos políticos o levaram ao exílio no sul da França.
Em 1824, D. Pedro declarou-o inocente. Em julho de 1829, de volta ao País é nomeado tutor dos filhos do imperador, depois que esse foi obrigado a abdicar. Em 1832 foi acusado de conspirador e o futuro Pedro II, foi tirado de seus cuidados.

José Bonifácio de Andrada e Silva, permaneceu preso em sua casa na ilha de Paquetá. Morreu no dia 6 de abril de 1836.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

ALEXANDRE RODRIGUES FERREIRA

ALEXANDRE RODRIGUES FERREIRA nasceu no Brasil, na cidade de Salvador, em 27 de abril de 1756 (Prestes, 2000), mas foi educado em Portugal. Em 1770, aos quatorze anos de idade, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra onde permaneceu por dois anos. Em seguida, transferiu-se para a Faculdade de Filosofia, na qual, em 1778, obteve sua titulação em Filosofia Natural (ibidem).
Caracterizado por um perfil multitemático em suas investigações, foi denominado zoólogo, geógrafo, sociólogo, etnólogo, antropólogo, economista e agrônomo, pelos diversos autores que escreveram sua biografia.
Apesar de não concluir o curso de Medicina, escreveu a monografia Enfermidades endêmicas da Capitania de Mato Grosso contribuindo para a temática médica, sendo mesmo chamado de "médico" baiano (ibidem).
Aos 27 anos, recém-egresso da Universidade de Coimbra, foi indicado por Domingos Vandelli para chefiar uma expedição filosófica organizada, dirigida e financiada pelo Estado lusitano (Costa, 2001). Alexandre seguiu imediatamente para Lisboa; entretanto, esperou cinco anos para o início da expedição. Nesse intervalo se envolveu em atividades relacionadas à História natural que lhe renderam a eleição como membro da Real Academia das Ciências de Lisboa (Prestes, 2000).
Em 1783, finalmente, Ferreira partiu para a expedição, considerada o evento de cunho científico mais importante empreendido por Portugal em solo brasileiro. A expedição chefiada por ele, na qualidade de naturalista, estendeu-se pelas capitanias do Grão-Pará, São José do Rio Negro (Amazonas) e Mato Grosso (Cuiabá).
Durante a viagem, Ferreira deveria estudar a etnografia das regiões percorridas, relatar e acondicionar os produtos encontrados e cuidar dos aspectos práticos da expedição.
Foi acompanhado por dois riscadores, José Joaquim Freire e Joaquim José Codina, e por um jardineiro-botânico, Agostinho Joaquim do Cabo. Os riscadores registravam em aquarelas a fauna, a flora, a geografia e a etnografia brasileiras. Para desenvolver todo o trabalho da expedição, algumas pessoas da população local eram treinadas para os ofícios de preparadores de animais e aves, pois tudo havia de ser cuidadosamente coletado, classificado e preparado para o embarque rumo a Lisboa (Prestes, 2000).
Ferreira chegou ao Pará em outubro, iniciando seus trabalhos pela ilha de Marajó. Em 1784, partiu para o Rio Negro, que percorreu até a fronteira, e em seguida retornou para Barcelos, a capital da capitania de São José do Rio Negro. No final de agosto de 1788, subiu o Rio Madeira e o Guaporé, chegou a Vila Bela, capital de Mato Grosso, em 1789, sendo acometido de malária durante a viagem. Seguiu para Vila de Cuiabá em 27 de junho, descendo pelos rios Vila Cuiabá, São Lourenço e Paraguai, voltando para Belém em janeiro de 1792 para regressar a Portugal.
Casou-se com Dona Germana Pereira de Queiroz Ferreira em 16 de setembro de 1792. Regressou a Lisboa em janeiro de 1793, quando foi nomeado oficial da Secretaria Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos. Em 25 de julho de 1794, foi condecorado com a Ordem de Cristo e, em 7 de setembro, assumiu o cargo de diretor interino do Real Gabinete de História Natural e Jardim Botânico. Passou a vice-diretor em 11 de setembro de 1795. No mesmo ano, foi designado administrador das Reais Quintas e, posteriormente, deputado da Real Junta de Comércio. Em 24 de julho de 1807, ganhou um Ofício na Alfândega do Maranhão, vindo a falecer no dia 23 de abril de 1815.

Viagem filosófica pelas capitanias do Grão-Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá
A obra de Alexandre Rodrigues Ferreira representa uma preciosa e completa fonte de informação para o acesso à visão da Amazônia do século XVIII. Traz contribuições para os diversos campos da pesquisa, desde a história política até a história do cotidiano, faz uma detalhada descrição das riquezas existentes na Amazônia, além de uma importante referência etnológica ao descrever e comparar os povos do Novo Mundo com os europeus.
Sem dúvida, afirma Costa (2001), as grandes viagens marítimas anteriores à expedição de Alexandre Rodrigues Ferreira trouxeram grande avanço para ampliação do conhecimento sobre a geografia dos continentes, agregaram inúmeras informações acerca dos reinos animal, vegetal e mineral, bem como contribuíram para desfazer mitos e descobrir povos com novas culturas. Porém, não foram suficientes para desvendar as terras interiores.
Nesse sentido, Humboldt (apud Costa, 2001) afirma que só é possível conhecer verdadeiramente um lugar quando se penetra seu interior, pois é justamente aí que consiste a possibilidade de conhecer sua fauna, flora, a composição do solo e, especialmente, os povos que o habitam. O continente americano não era uma exceção, e a exploração de parte do território amazônico, da capitania de Mato Grosso e Cuiabá fazia parte do acordo contido nos tratados assinados entre Portugal e Espanha.
Por força desses tratados (que definiam suas fronteiras com base na ocupação efetiva) firmados entre as duas colônias ibéricas, a expedição filosófica chefiada por Alexandre Rodrigues Ferreira foi idealizada em 1778 por Martinho de Melo e Castro, ministro da Secretaria dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos, com o intuito de agregar o interesse científico e econômico ao caráter político-militar das comissões de demarcação (Costa, 2001; Prestes, 2000).



Domingos Vandelli (1735-1816)

Domenico Agostino Vandelli nasceu em Pádua, Itália. O seu pai, G. Vandelli, era Professor na Universidade de Pádua e doutor em Medicina. Formou-se em Filosofia pela Universidade de Pádua e foi convidado pelo Marquês de Pombal (1699-1782), para integrar o corpo docente que iria leccionar matérias científicas no Real Colégio dos Nobres. Terá chegado a Portugal em 1764. No entanto, uma vez que o ensino científico no Colégio dos Nobres não teve o sucesso que se pretendia, foi em seguida convidado, no âmbito da reforma da Universidade de Coimbra, para ocupar um lugar na Faculdade de Filosofia, onde foi nomeado lente de Química e de História Natural. Ficaria também responsável pela selecção do local da implantação do Jardim Botânico, do estabelecimento do Laboratório Químico e do Museu de História Natural da Universidade de Coimbra.
Por volta de 1780 apresentou à Universidade um projecto de estabelecimento de uma fábrica de louça no Rossio de Santa Clara de Coimbra. Esta fábrica tornou-se famosa pela qualidade da sua louça, que ficou conhecida por ‘louça de Vandelles’. A Vandelli foi concedido o privilégio exclusivo da louça produzida.
Em 1787 foi viver para Lisboa, onde se tornou o primeiro director do Jardim Botânico da Ajuda, sendo nomeado Deputado da ‘Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação destes Reinos e seus Domínios’. Continuou a ser director do Laboratório Químico da Universidade até 1791, apesar de estar ausente de Coimbra.
Durante as invasões francesas, entre 1807 e 1811, foi acusado de ser afrancesado e em 1810, com 80 anos, foi preso e deportado para a Ilha Terceira, Açores, juntamente com outros suspeitos, no que ficou conhecido como a Setembrisada. Mais tarde foi-lhe concedida autorização para se deslocar para Inglaterra, de onde regressou em 1815.
Morreu em Lisboa em 1816.                                                                                           

Actividade Científica
Foi membro de várias academias científicas, tendo participado activamente na criação da Real Academia das Ciências de Lisboa, onde apresentou diversas memórias relativas à Agricultura, à Indústria e à Economia. Trocou correspondência com vários cientistas estrangeiros, entre os quais o mais conhecido é Carl Lineu (1707-1778).
Elaborou os planos do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, em conjunto com João António Dalla-Bella (1726-c.1823), físico italiano que, tal como Vandelli, foi convidado para a Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra. Em Coimbra ocupou-se principalmente do Museu de História Natural e do Jardim Botânico, deixando sempre para segundo plano da sua actividade o Laboratório Químico, do qual era director. Neste laboratório foi sendo sucessivamente substituído em funções de responsabilidade efectiva por Manuel Joaquim Henriques de Paiva (1752-1829), Constantino António Botelho de Lacerda Lobo (1754-1820), Tomé Rodrigues Sobral (1759-1829) e Vicente Coelho Seabra (1764-1804), até abandonar o cargo em 1791, sucedendo-lhe como director Tomé Rodrigues Sobral.
Em Lisboa organizou e enriqueceu o Jardim Botânico do Palácio da Ajuda, que tinha fundado antes de ir para Coimbra em 1772, e participou regularmente nas sessões da Academia das Ciências.

Reforma Pombalina até ao final do século XIX

O reormismo iluminista do século XVIII promoveu a recriação de uma nova mentalidade que, em boa medida, logrou alcançar através dos Estatutos da Universidade, de 1772. Consumava este notável documento legal um processo evolutivo, desencadeado em 1770 pela “Junta de Providência Literária”, à qual fora cometida a tarefa de examinar as causas da ruinosa decadência da Universidade e de indicar as soluções para lhe pôr cobro. 
Os resultados do trabalho da comissão vieram à luz no Compêndio Histórico do Estado da Universidade de Coimbra, no qual se retomaram críticas e sugestões procedentes da obra de Verney. 
Figurou-se ao legislador pombalino que, sem um golpe abrupto de miúda regulamentação, não seria possível destronar o antiquado ensino de raiz escolástica. Os Estatutos assumiam-se, frontalmente, como o mestre dos mestres. Desde logo, para evitar contágio, lente algum anteriormente em exercício mereceu a recondução em funções. Continuou a divisão das Faculdades jurídicas, mas alterou-se o ensino tradicional no que dizia respeito ao elenco das disciplinas lecionadas. De 1772 em diante, os cursos iniciavam-se por um conjunto de cadeiras propedêuticas, em que avultavam matérias históricas e filosóficas. Nenhum direito, de acordo com os Estatutos, podia ser bem entendido sem um claro conhecimento prévio, tanto do “Direito Natural”, como da “História Civil das Nações e das Leis para ellas estabelecidas”, tornando-se
estas “prenoções” indispensáveis para a verdadeira inteligência das leis e do seu genuíno significado. Afoitamente progressivo revelou-se ainda o legislador pombalino quando impôs, no último ano do curso, a legistas e a canonistas, a frequência de uma cadeira de direito pátrio. Do mesmo passo, invetivava , com aspereza, o facto de o direito português jazer até então em vergonhoso e profundo silêncio. Não obstante, o núcleo essencial dos cursos de Leis e de Cânones permaneceu cativo, respetivamente, do Corpus Iuris Civilis e do Corpus Iuris Canonici, posto que se encarassem estes textos de ângulos diversos dos tradicionais.
A par de um severo regime de assistência às aulas e de um não menos vigilante esquema de prestação de provas de aproveitamento, assentou o reformador setecentista em prescrever, com rigor inusitado, a conduta dos professores nas suas preleções. Sem rodeios, impugnou, como método de ensino, o secular método analítico, que sobreviveu apenas em duas cadeiras do final do curso, para o indispensável esgrimir dos alunos com a interpretação das normas. Em seu lugar, aparecia um novo método tomado do sistema alemão, que se designava de “sintético-demonstrativo-compendiário”. O professor devia proporcionar uma imagem geral da disciplina através da redução da matéria a um conjunto doutrinal ordenado e sistemático, subordinando a evolução expositiva a uma linha de crescente complexidade. Este método encontraria apoio na elaboração de manuais adequados, sujeitos a aprovação oficial. Mello Freire converteu-se no seu executor compendiário mais destacado. 
odavia, a revolução introduzida pela reforma pombalina no ensino do direito consistiu também na imposição de uma certa orientação doutrinal às diferentes cadeiras. Os Estatutos, qual mestre implacável, além de terem particularizado o programa das várias disciplinas, influíram decisivamente na eleição da escola de jurisprudência considerada preferível. Baniram, no que toca aos direitos romano e canónico, o método da Escola Bartolista e, a um tempo, sobredoiraram a reputação das diretrizes metodológicas oriundas da Escola Cujaciana. Em matéria de aplicação do direito romano a título subsidiário, decretaram a adoção da corrente do usus modernus pandectarum. No plano imediato, a confiança depositada nos resultados da reformação levou a que, em 1775, se determinasse que os bacharéis, licenciados e doutores das Faculdades de Leis e de Cânones ficassem habilitados pelas suas cartas de curso a exercer todos os lugares de letras, sem necessidade de qualquer outro exame.f

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