Domenico Agostino Vandelli nasceu em Pádua, Itália. O seu
pai, G. Vandelli, era Professor na Universidade de Pádua e doutor em Medicina.
Formou-se em Filosofia pela Universidade de Pádua e foi convidado pelo Marquês
de Pombal (1699-1782), para integrar o corpo docente que iria leccionar
matérias científicas no Real Colégio dos Nobres. Terá chegado a Portugal em
1764. No entanto, uma vez que o ensino científico no Colégio dos Nobres não
teve o sucesso que se pretendia, foi em seguida convidado, no âmbito da reforma
da Universidade de Coimbra, para ocupar um lugar na Faculdade de Filosofia,
onde foi nomeado lente de Química e de História Natural. Ficaria também
responsável pela selecção do local da implantação do Jardim Botânico, do
estabelecimento do Laboratório Químico e do Museu de História Natural da
Universidade de Coimbra.
Por volta de 1780 apresentou à Universidade um projecto
de estabelecimento de uma fábrica de louça no Rossio de Santa Clara de Coimbra.
Esta fábrica tornou-se famosa pela qualidade da sua louça, que ficou conhecida
por ‘louça de Vandelles’. A Vandelli foi concedido o privilégio exclusivo da
louça produzida.
Em 1787 foi viver para Lisboa, onde se tornou o primeiro
director do Jardim Botânico da Ajuda, sendo nomeado Deputado da ‘Real Junta do
Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação destes Reinos e seus Domínios’.
Continuou a ser director do Laboratório Químico da Universidade até 1791,
apesar de estar ausente de Coimbra.
Durante as invasões francesas, entre 1807 e 1811, foi
acusado de ser afrancesado e em 1810, com 80 anos, foi preso e
deportado para a Ilha Terceira, Açores, juntamente com outros suspeitos, no que
ficou conhecido como a Setembrisada. Mais tarde foi-lhe concedida autorização
para se deslocar para Inglaterra, de onde regressou em 1815.
Morreu em Lisboa em 1816.
Actividade Científica
Foi membro de várias academias científicas, tendo
participado activamente na criação da Real Academia das Ciências de Lisboa,
onde apresentou diversas memórias relativas à Agricultura, à Indústria e à
Economia. Trocou correspondência com vários cientistas estrangeiros, entre os
quais o mais conhecido é Carl Lineu (1707-1778).
Elaborou os planos do Jardim Botânico da Universidade de
Coimbra, em conjunto com João
António Dalla-Bella (1726-c.1823), físico italiano que,
tal como Vandelli, foi convidado para a Faculdade de Filosofia da Universidade
de Coimbra. Em Coimbra ocupou-se principalmente do Museu de História Natural e
do Jardim Botânico, deixando sempre para segundo plano da sua actividade o
Laboratório Químico, do qual era director. Neste laboratório foi sendo
sucessivamente substituído em funções de responsabilidade efectiva por Manuel
Joaquim Henriques de Paiva (1752-1829), Constantino António Botelho de Lacerda
Lobo (1754-1820), Tomé
Rodrigues Sobral (1759-1829) e Vicente
Coelho Seabra (1764-1804), até abandonar o cargo em
1791, sucedendo-lhe como director Tomé Rodrigues Sobral.
Em Lisboa organizou e enriqueceu o Jardim Botânico do
Palácio da Ajuda, que tinha fundado antes de ir para Coimbra em 1772, e
participou regularmente nas sessões da Academia das Ciências.
Nenhum comentário:
Postar um comentário